segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Você sabe o que é fome oculta?



Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), Fome Oculta é a necessidade de um ou mais nutrientes em que não há sinais de carência, mas alterações silenciosas que deixam seqüelas. O corpo sente esta necessidade oculta de certos nutrientes escassos na alimentação e o risco de desenvolvimento de doenças como o câncer, osteoporose, diabetes e problemas cardiovasculares aumenta.

CAUSA
Normalmente, a fome oculta é imperceptível e aparece sem que o indivíduo perceba. Não está necessariamente relacionada ao baixo grau de escolaridade ou a más condições sócio-econômicas. Ela atinge qualquer camada social. Os mais pobres porque não comem o suficiente, a classe mais favorecida, muitas vezes, porque não gosta de vegetais. O problema, no entanto, torna-se mais grave em regiões menos desenvolvidas e, consequentemente mais pobres.

Entre as pessoas de alto poder aquisitivo é reflexo principalmente de modismos, falta de conhecimento sobre os alimentos e tabus. No Brasil, mesmo em regiões desenvolvidas, como o Sudeste, a carência de vitamina A, por exemplo, atinge até 35% das pessoas de alguns grupos de risco. Isto ocorre também em países ricos como Holanda e Estados Unidos. A Fome Oculta afeta uma em cada quatro pessoas no mundo.

PRINCIPAIS VÍTIMAS
A Síndrome da Fome Oculta afeta principalmente quem faz exercícios aeróbicos em excesso. Isso acontece porque, durante os exercícios, o corpo queima, além de calorias, muitos nutrientes como vitaminas e sais minerais, sendo estes nem sempre repostos. A pessoa pode até comer o número necessário de calorias diárias, mas se a alimentação não for variada, o corpo continua com "fome", sentindo falta dos nutrientes vitais ao seu funcionamento.

A situação agrava-se quando concluímos que, na maioria das vezes, quem faz exercícios físicos, normalmente se preocupa com sua forma física, comendo menos que o necessário para não engordar, ou mesmo se submetendo a constantes dietas da moda, que acabam enfraquecendo o organismo.

Porém, o exercício físico não é o único culpado pela Fome Oculta. O estresse, associado ao estilo de vida das grandes cidades também "rouba" nutrientes do corpo. Vermes intestinais podem estar usufruindo dos nutrientes que deveriam ser usados por você.

Outras situações também levam a um gasto extra de nutrientes. Numa cirurgia, por exemplo, o consumo energético é aumentado em até 25%. A cada grau de febre superior a 37°, consome-se até 12% a mais de energia corporal, e durante uma infecção grave, pode aumentar em até 70%.

SINTOMAS
Os primeiros sinais são, músculos contraídos ou doloridos e cãibras, que acontecem quando falta magnésio no corpo. Depois vem cansaço, fraqueza e irritabilidade. Se a pessoa continua fazendo exercícios demais e se alimentando mal, pode chegar à exaustão física. Pequenas carências de vitaminas podem provocar sintomas como o sangramento vaginal, alterações na pele e mucosas, queda de cabelos, cansaço e alterações na formação de colágeno.
                                 
COMO EVITAR A FOME OCULTA
Para prevenir a Fome Oculta, só mesmo uma alimentação que inclua todos os grupos alimentares. Frutas, verduras, legumes, proteínas e carboidratos devem ser consumidos todos os dias. Os alimentos devem ser consumidos de forma balanceada, sem exageros ou escassez. A variedade deve ser a grande inimiga da Fome Oculta. Uma boa dica é fazer sempre pratos bem coloridos. A vitamina é que dá cor aos alimentos, por isso um prato colorido normalmente também é mais nutritivo.

A alimentação inadequada pode ser resolvida por meio da educação alimentar. Desde o desmame, a criança deve receber uma alimentação que a habitue a ingerir nutrientes importantes para o crescimento e a prevenção de doenças. Por exemplo, o indivíduo desde cedo deve ser acostumado a comer, também, alimentos de origem vegetal. Nesse sentido, os pais e educadores têm um papel fundamental no que diz respeito à orientação do jovem, pois assim os hábitos alimentares adequados são criados desde cedo.

CARÊNCIAS NUTRICIONAIS
As deficiências de vitamina A, ferro e iodo são priorizadas pela Organização Mundial da Saúde, pois são as três maiores carências nutricionais mundiais.
Segundo o Instituto de Nutrição da UFRJ, no Brasil, onde 90% das famílias têm acesso ao sal iodado, a deficiência do micronutriente já não é problema. Porém, sua carência promove alterações no sistema nervoso e durante a gestação, esta carência pode resultar em um retardo mental do bebê.

Já o ferro é encontrado em carnes e vegetais folhosos e o que dificulta sua absorção são os chás, cafés, refrigerantes, leite e o baixo consumo de vitamina C. Sua carência provoca alterações nos sistemas nervoso e hematopoiético (produtor da hemoglobina, que dá a cor vermelha ao sangue), levando à fraqueza, baixo rendimento e descontrole emocional.

Quase 1 bilhão de pessoas no mundo sofre de deficiência de vitamina A, segundo a Organização Mundial da Saúde. Sua carência provoca alterações na visão, podendo chegar à cegueira (na carência extrema), alterações no sistema de defesa, que levam a infecções e problemas na pele. As fontes mais importantes de vitamina A são o fígado, ovos, leite e derivados, vegetais verdes e de amarelo intenso.

REFERÊNCIAS:
OMS: Organização Mundial da Saúde
Instituto de Nutrição da UFRJ

Nutricionista
Angelita Grebin Ewald
Lajeado - RS
CRN² 8064

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